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sábado, 13 de agosto de 2011

Aprendiz de Ferreiro - Capítulo 8



Olá pessoal!!!

Estamos aqui hoje com mais uma parte do conto (finalmente!!!). Espero que gostem, pois foi escrito com carinho. Não custa nada dizer, mas ele é baseado na aventura de RPG que eu venho jogando, com meu personagem Darian, da cidade de Ibelin, que, no momento, está viajando para a capital, com a missão de levar uma importante notícia ao rei.

O culto ao Deus da Morte está voltando.

Fiquem com a história pessoal, e até a próxima batalha!!

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Uma espada na cintura, uma cota de malha sobre o corpo e um cavalo branco.

Essas eram as histórias que eu ouvia quando era criança. Todo grande herói começava sua jornada desse jeito, nos contos que minha avó me contava. Nunca achei que eu sairia de casa desse jeito, mas lá estava eu, em uma manhã chuvosa, cavalgando na estrada Real. Rumava para norte, em direção a capital e levava no bolso interno de minhas vestes um pergaminho com o selo de minha família. A mensagem para o rei era bem clara.

O culto ao Deus da Morte está retornando. Eles estão entre nós.

Enquanto as gotas de chuva iam escorrendo pela cota de couro que vestia por cima da cota de malha, minha mente ia divagando. Uma pergunta continuava martelando, ainda sem resposta. Por que eu havia sido escolhido como alvo. O assassino misterioso não dissera nenhuma pista sobre o porquê de querer me matar. Simplesmente me atacara na mata e morrera antes de poder ser interrogado. Teria sido por causa do metal que meu pai me mandara buscar na floresta, ou teria sido devido ao meu papel na batalha contra os orcs que atacaram Arlia.

Os dias foram passando, banhados em dúvidas e em gotas de chuva, enquanto eu percorria a excelente estrada pavimentada, em direção à capital. Minha primeira parada seria na cidade de Marze, lar da maior escola de alquimia do reino de Britannia.

À distância, após uma curva particularmente longa da estrada, consegui divisar seus insólitos muros. Eram tão altos e grossos quanto os muros de Ibelin, mas eram diferentes. Cada ranhura da parede, que indicava o ponto onde uma pedra encontrava a outra, brilhava em uma intensa coloração esmeralda. As torres de vigia lembravam-me olhos atentos, brilhantes, que geravam fachos de luminosidade e percorriam a estrada e os arredores da muralha como faróis no mar.

Continuei minha cavalgada, agora admirado pela cidade de Marze, quando fui interpelado por guardas locais. Apesar de estar eu mesmo com uma aparência bélica, estranhei a rudeza daqueles guardas, tratamento tão diferente do que se conta, em Ibelin, sobre a hospitalidade da cidade dos alquimistas. Alguma coisa parecia estar errada.

-De onde vem viajante? E o que quer em nossa cidade?

Olhei por um instante, intrigado, antes de responder. O guarda trajava um manto azul escuro por sobre a armadura metálica. Seus punhos seguravam firmemente a lança de duas mãos que carregava, e seus olhos, por baixo da viseira levantada do elmo tinham um ar assustado. Os guardas estavam imersos em medo.

-Sou Darian, de Ibelin. Estou em viagem para a capital, mas pensei em pernoitar em Marze. Compartilho interesses em alquimia, e a cidade é famosa por isso.

Os guardas se entreolharam e as pontas de suas lanças baixaram alguns centímetros. Desmontei do cavalo, pensando, de forma cômica, que ainda não havia lhe dado um nome. Bom, isso poderia esperar. Caminhei lentamente até os guardas, que correram seus olhos da minha espada embainhada para a pistola de pólvora no coldre. Senti suas lanças se erguerem um pouco mais, mas tentei não esboçar reação.

-O que estão fazendo? Já não tivemos problemas o bastante, e vocês perdem tempo com um viajante? Seus idiotas!

A mulher que surgiu por trás do portão de Marze era simplesmente a mulher mais bela que eu já havia visto na vida. Tinha os cabelos longos e dourados, os olhos azuis cintilantes e vestia um vestido branco. Ela andava com um ar de confiança que poucas vezes eu havia visto antes na vida. Os guardas imediatamente abaixaram as lanças e entraram em posição de sentido, e eu percebi que aquela era uma cidadã de respeito e alta patente na cidade.

-Forasteiro, desculpe-me os maus modos dos guardas, mas eles estão assustados. A cidade, de fato, está no meio de um problema. Se não for pedir muito, esqueça o que houve e tenha um bom dia em nossa Marze.

Ela disse tudo aquilo com um sorriso no rosto, mas parecia forçado. Franzi o cenho, mas assenti, e caminhei por sob o arco do portão. A praça de Marze era de uma beleza sem igual. Uma fonte enorme enfeitava o centro dela, e os prédios no entorno tinham entre cinco e seis andares, parecendo grandes monolitos de pedra lisa e lustrosa com janelas e portas. Algumas barracas vendiam itens alquímicos nas praças, desde ingredientes até elixires totalmente preparados e funcionais.

Duas crianças passaram correndo por mim, enquanto eu olhava os vendedores. Imediatamente uma mulher, a mãe deles, presumi, os pegou pelas vestes e os levou para dentro de casa. O olhar de medo que ela me direcionou continuou me intrigando profundamente. Isso deve ter transparecido em minha face.

-Acho que você não é do tipo de forasteiro que só está aqui pelos elixires, não?

A mulher do portão me olhava enquanto falava comigo. Me olhava nos olhos. Eu tinha a sensação de que minha alma estava sendo lida, naquele momento. Pelo que ela me explicou depois, não foi uma sensação de todo infundada.

-Não, não sou. Tenho uma viagem maior para fazer, até a capital. Realmente o conhecimento de Marze me atrai, mas não consigo deixar de pensar que há algo errado aqui. Por que não experimenta me contar o que se passa, e de repente eu posso até ser de alguma ajuda.

Ela me olhou como se me estudasse longamente, antes de, por fim, sanar minha curiosidade.

-Houve um sequestro há duas noites. Dez crianças foram levadas, e o sequestrador enviou uma nota, pedindo um resgate.

Franzi o cenho e entendi o medo daquela senhora ao agarrar seus filhos e os levar pra dentro de casa.

-E o que ele pediu?

-O Codex de Mármore.

Já havia ouvido esse nome antes. Os bardos, quando contavam histórias sobre Marze, sempre o citavam. A pedra fundamental da alquimia humana. A tabuleta que continha todo o conhecimento alquímico de Marze. Ali estava um sequestrador que pedia uma grande quantia pelos seus reféns.

-E vão lhe entregar o Codex? Quer dizer... por que não mandam soldados?

Ela sorriu, de forma triste.

-Já enviamos. Todos os nossos trinta soldados. E quase todos morreram. O sequestrador contratou mercenários para patrulhar os entornos de seu esconderijo. Além disso, alguns soldados sobreviventes disseram que o sequestrador é um mago poderoso e eles mal tiveram tempo de sacar suas armas antes de ser tarde demais. Acho que agora só nos resta dar o que ele pede... inocentes não devem sofrer por causa de algo tão bobo quanto esse conhecimento.

Fiquei impressionado com as palavras dela. Como alguém de Marze podia chamar o conhecimento alquímico de algo bobo. Mas, vendo o carinho no olhar dela enquanto olhava as crianças que ainda estavam na cidade, os cidadãos que levavam os pequenos pelas mãos até as soleiras de casa, os vendedores, os guardas, eu entendi. Ela valorizava muito mais todas aquelas pessoas do que uma tabuleta. Sorri.

-Bem, isso realmente é um problema não? Hum... me diga uma coisa, senhorita. Em qual direção os guardas disseram que é o esconderijo do sequestrador?

Ela falou antes de pensar.

-Norte, no coração da Floresta dos Segredos. Mas... por que quer saber?

Olhei para o meu cavalo, acariciando sua crina, e entreguei as rédeas para a mulher.

-Só para saber onde está o mago, oras. Afinal, já está na hora de alguém dar um bom soco nesse imbecil e trazer as crianças de volta.

Ela me olhou em choque enquanto segurava as rédeas de meu cavalo branco.

-Mas... senhor, trinta guardas foram derrotados. Como o senhor acha que apenas um homem vai sair vitorioso de lá?

Parei frente à uma venda de elixires e produtos alquímicos. Comprei quatro. Olhei para ela e sorri.

-Hum, acho que eu tenho sorte. Bem, se eu voltar vivo, lhe conto como foi a luta de um garoto com uma espada de madeira contra um chefe orc.

Saí da cidade, decidido. Era hora de uma aventura pela floresta.

Continua...

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Um pequeno PS: Quando estávamos jogando a aventura que deu origem ao conto, houve uma imagem de um jogo (que eu não me lembro qual, pra falar a verdade) que foi utilizada para ser a base da "mulher do portão". Então, coloco aqui embaixo para vocês verem como ela é. Agora sempre que aparecer alguém que teve como base um concept art ou coisa assim, vou postar a referência também.

Abração!



terça-feira, 2 de agosto de 2011

Rotinas de Aprendiz



Olá pessoal! Tudo de boa com todos, eu espero!

Então, estou eu aqui de volta, para retornar à regularidade de um post semanal com conto! Não, o conto não sai hoje, mas esse post é só para sair da inércia que as obrigações da faculdade e uma eventual preguiça e mau humor me colocaram.

A inspiração desse post veio de uma postagem mais ou menos antiga, do blog do meu grande nakama (aquele amigo que é como família, pra quem não conhece o termo), o Bardo Rafero.

Estava eu pensando na questão apontada no citado post pelo meu brother Rafero, sobre, se rolasse o apocalipse zumbi, o objeto diretamente à sua esquerda fosse a única arma que eu iria dispor. Olhei para a esquerda e vi um celular e um relógio... Assim a sobrevivência durante a invasão dos mortos-vivos iria ficar difícil. Então eu resolvi tomar uma providência.



Agora acho que já dá pra brincar um pouco XD

E vocês amigos? Qual o objeto imediatamente à sua esquerda?

Grande abraço e até a próxima batalha! (Que pode vir a ser contra zumbis, já pensaram nisso?)